ANA claudia fattori

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Deus

06 de Dezembro de 2016

Atualizado em 28 de Dezemro de 2016

Ultimamente tenho visto muitos conhecidos que dizem ter se tornado ateus, geralmente depois de uma fase de estudos intensa.

Entendo que quando encontramos repostas para acontecimentos que antes considerávamos inexplicáveis, deixamos de acreditar em milagres e acontecimentos divinos. Por exemplo, entender como funciona um acelerador de partículas e os possíveis estudos gerados a partir dessa colisão, ou entender a fundo o processo de fabricação de um processador, inclusive foi algo que mexeu com minha cabeça há alguns anos atrás, pois ver e entender que a tecnologia pode produzir componentes eletrônicos com dimensões menores que um vírus, que possuem estrutura 100 vezes menor que as bactérias, que por sua vez são os menores seres vivos conhecidos, é algo que surpreendente. Outro exemplo é a teoria do Big Bang sobre a origem do universo.

Enfim, muitos acreditam que não há nada que não possa ser explicado pela ciência, outros que a religião começa onde termina o limite de alcance da ciência. Respeito todas as crenças e o que descrevo aqui é somente a minha opinião.

Agora, o que eu não acredito? Realmente não acredito que o mundo foi criado em 7 dias, nem na história de Adão e Eva como nossos antecessores. Também não acredito na tradicional imagem de Deus, como um homem de pele branca com barba, cabelo comprido e que vive no céu olhando por nós.

Eu era católica praticante desde que nasci e por toda minha infância e acreditava cegamente em tudo que era dito na Igreja. Depois que meu pai faleceu, fiquei muito triste com o Deus que eu acreditava e tentava de todas as formas buscar respostas que a Igreja Católica não conseguiu responder. Ao contrário, comecei a observar muitas coisas que me desapontaram: ver o padre levando o dinheiro das oferendas pra sua casa em todas as missas, ter que explicar pros seus catequistas o motivo pelo qual você não foi na missa no domingo passado e ver a cara de reprovação deles, receber muitos “porque sim” como resposta dos próprios catequistas, ter que confessar meus pecados a uma pessoa que me depois me pedia para repetir muitas vezes a mesma oração, entre outras situações e fatos que conhecemos.

Comecei a frequentar um centro espírita e já me sentia mais livre para decidir quando sentia vontade de ir ou não, sentia também que a maioria das pessoas se esforçavam para fazer com que todos saíssem bem ou pelo menos melhores do que entraram, ao final eles faziam um tipo de “limpeza das energias negativas” com as mãos, e me sentia feliz por não estar em um lugar onde estavam tentando me convencer sobre a ler a bíblia e seguir estritamente tudo que estava escrito ali. Mas ainda assim não encontrei minhas respostas.

Fui uma vez numa Igreja Evangélica, no começo gostei de ver todos muito felizes, mas logo percebi que você tinha que cumprimentar as pessoas dizendo uma palavra especifica (Shalon pelo que me lembro) e no meio da missa começou um pula-pula das pessoas como se estivessem possuídas e me pareceu tão teatralmente forçado e assustador que resolvi nunca mais voltar. Mas continuo respeitando.

Houve uma época em que eu desisti de frequentar qualquer tipo de centro religioso, foi justamente durante os 6 anos de faculdade, e por isso eu culpava a falta de tempo.

Nos últimos anos de faculdade comecei a praticar yoga e um dia escutei sobre meditação. Na época achava engraçado e até um pouco ridículo ficar sentada em silencio com os olhos fechados. Certo dia comecei a ler mais sobre isso e encontrei uma amiga que também queria começar a praticar meditação e um dia resolvemos ir em um grupo de meditação guiada. Foi indescritível o que eu senti nos poucos momentos em que realmente consegui manter o foco em mim mesma. Resolvi que queria treinar mais.

Comecei a frequentar centros budistas e ler mais sobre o budismo. É claro que como toda religião eles também tem suas restrições, mas na minha opinião, eles são mais abertos do que qualquer uma das outras e se adaptam melhor às minhas crenças.

Tenho dentro de mim, uma crença própria, com um pouquinho do que considerei melhor de cada um desses lugares que frequentei.

Mas então...em que eu acredito? Acredito em Deus e acredito na ciência. Acredito em Deus como uma forma de energia que cada um de nós tem dentro de si. Acredito que o mundo que conhecemos teve origem de uma partícula, uma massa supercomprimida de matéria com energia infinita que gerou o universo depois de uma grande explosão, acredito também que todos os seres vivos neste mundo estão conectados por um tipo de fio invisível e que seu comportamento, suas atitudes e suas ações interferem nos demais, mesmo que longe fisicamente, assim como irmãos que tem esse laço ainda mais forte.

Tenho vários motivos, que não vou listar neste momento, para acreditar em Deus. Situações inexplicáveis que ocorreram depois de momentos de grande fé em que a ciência já havia apontado o dedo e dito que era impossível.

Existem muitos nomes: Deus, Jesus, Jeová, Javé, Eloah, Alá, Jah, ...ou até mesmo “Destino” ou “Eu”. Acho que não importa o nome e a imagem que você dê a Ele, ou se você é ateu, contanto que suas energias sejam boas e você tenha intenções de um mundo melhor e mais próspero para todos.