ANA claudia fattori

Personal & Work Blog

Essa é a geração de pessoas nascidas a partir de 1993, corresponde também ao nascimento da internet e o “boom” tecnológico.

Os jovens da Geração Z apresentam um perfil mais imediatista, querem tudo para agora e não tem paciência. Eles são muito excêntricos, pois desde pequenos escutam que são especiais, apresentam também maior grau de insegurança e insatisfação, e sinto que em alguns casos lhes falta valores familiares e coletivos.

Esses dias vi uma entrevista muito interessante sobre este tema e dizia que após alguns estudos coorporativos, foram listadas algumas das características desta geração: difíceis de gerenciar, auto interesse, falta de foco e baixa concentração, falta de senso de comunidade, preguiçosos, não gostam que lhes ensinem e preferem aprender sozinhos. Não concordo com todas as características citadas, mas com a maioria. As empresas perguntavam aos entrevistados o que eles buscavam e dentre uma grande lista de exigências, as mais comuns era que queriam trabalhar com um propósito e fazer a diferença, o que me pareceu genial. Foi constatado também que apesar de quase todas as exigências serem atendidas, eles ainda não estavam felizes. Principais motivos: tecnologia e impaciência.

- Tecnologia: “Eles são ótimos mostrando nas redes sociais como o mundo é perfeito, quando na realidade eles estão depressivos”. Foi comprovado que ao receber uma mensagem de texto ou um “Like” o organismo libera dopamina, essa substancia é a mesma que te proporciona bem-estar quando você está fumando, bebendo ou fazendo apostas. Qualquer uma das ações anteriores em excesso é altamente viciante e ruim ao organismo. Uma outra pesquisa demostrou que pessoas em depressão utilizam mais as redes sociais do que as que não sofrem de depressão.


- Impaciência: Atualmente você compra algo pela internet e chega em sua casa no dia seguinte, se quiser ver um filme basta selecionar online, para assistir séries de TV você já não precisa mais aguardar cada semana em um horário especifico para assisti-la. Você não precisa nem aprender a ter um encontro com alguém, deslize para a direita e pronto, você já tem um encontro. Hoje em dia tudo é tão fácil e rápido, certo? Menos duas coisas: satisfação no trabalho e relacionamentos. Esses dois fazem parte de um lento processo de aprendizagem.

Nesta entrevista comentavam sobre jovens recém-graduados, saindo de seus estágios porque acreditavam que não estavam gerando “impacto”, mas estavam lá somente há 8 meses. Eles querem chegar no topo da montanha, sem saber a altura, condições climáticas, equipamentos necessários etc, eles nem mesmo veem a montanha, somente o topo. Existe também um crescimento nas taxas de suicídio, vícios em drogas, baixa autoestima e depressão, porque eles não conseguem encontrar a felicidade sozinhos. Tudo sempre está somente bem, o trabalho, os estudos, o relacionamento, a família.

Mas isso não é culpa deles, eles foram ensinados assim. As empresas atualmente estão mais preocupadas em lucros do que com a carreira dos funcionários, com o curto prazo do que ao largo prazo, com o ano do que com o tempo de vida. E isso não ajuda, pois eles precisam trabalhar em dobro para descobrir os caminhos e aprender como funciona. Eles precisam aprender paciência para poder construir amor e satisfação. Tudo isso é um processo árduo e doloroso.

Além disso, há uma falta de habilidades sociais. Precisamos criar mecanismos para que os pequenos momentos de interação social ocorram, por exemplo, antes de uma reunião começar geralmente todos estão concentrados em seus celulares. Este seria um momento ideal para conversarem entre si, dessa forma é que começamos a criar laços de confiança, com comunicação. E novamente, é um processo lento.

No entanto, uma coisa muito interessante que eu aprendi observando o comportamento desses jovens e fazendo exatamente o oposto do que eles praticam, é que devemos ser mais seletivos e não dizer sim a tudo e a todos, em outras palavras, parar de ser legal com todo mundo. No começo isso soava na minha cabeça como um discurso imaturo e fútil, mas depois tudo ficou mais claro. Eu não preciso estar em contato todos os dias com todos os meus amigos, e aceitar todos os encontros, festinhas e jantares para sentir-me feliz. Da mesma maneira, quando estou em São Paulo, tenho tão pouco tempo que devo selecionar os lugares e as pessoas com quem vou estar. Muitas delas ficam tristes porque não nos vemos, mas depois percebo que muitas amizades realmente estavam acontecendo porque eu sempre estava presente, eu tomava as iniciativas de conversar e eu me deslocava para encontrá-las onde quer que fosse. Então essa distância me afastou de muitos que eu considerava grandes amigos e também me mostrou quem são meus verdadeiros amigos, aqueles que estão dispostos a continuar a amizade e fortalecê-la mesmo com a distância e o pouco dialogo. Pode parecer egoísta, mas na verdade estou passando tempo de melhor qualidade com aqueles que são importantes para mim.

28 de Dezembro de 2016

Geração Z